Pacientes analfabetos e eventos adversos - como se proteger?
Sabe-se que o profissional da saúde (seja ele médico, cirurgião-dentista ou outro) se protege de eventos adversos por meio de sua documentação.
Quanto melhor elaborada a documentação e o procedimento de informação do paciente estiver, mais eficaz será a proteção jurídica gerada no caso de acontecerem eventos adversos, eventos que causem dano ao paciente.
Por que se proteger documentalmente desses danos? Sabe-se que a relação entre o profissional e o paciente é importantíssima quando se fala em prevenção de riscos, pois um paciente-amigo dificilmente processará seu médico ou dentista e estará mais aberto a soluções extrajudiciais de conflito.
No entanto, não raras vezes, ter um bom relacionamento não é suficiente e daí a importância dos documentos estarem em dia e de o processo de informação do paciente ser aperfeiçoado constantemente.
Há situações que o processo judicial é inevitável, não importe o trabalho que o profissional ou sua equipe jurídica realize para evitar esse desgaste.
O processo judicial pode atrair publicidade negativa para sua empresa e danos financeiros consideráveis, mesmo que você esteja coberto por algum seguro profissional (a depender de sua apólice).
Nunca é realmente fácil transmitir informações adequadas aos pacientes, que desconhecem a linguagem técnica da saúde, mas esse é o papel do profissional.
Imaginem se o paciente for analfabeto? Há, nesse caso, ainda outros aspectos a serem considerados, como a validade do documento em termos formais.
Então, como fazer para que os documentos, tanto o contrato em si, como os termos de consentimento sejam válidos e úteis como prova documental na defesa do profissional da saúde?
Seguem 8 dicas práticas:
1. Seja transparente com o paciente sobre como se dará o atendimento dele - use sempre linguagem simples e acessível;
2. Peça a alguém da sua equipe para te acompanhar no atendimento - COM AUTORIZAÇÃO DO PACIENTE (lembre-se da responsabilidade do sigilo profissional);
3. Peça que o paciente vá acompanhado para a consulta em que os documentos serão entregues;
2. Não delegue a função de entregar e explicar os documentos;
3. Explique em linguagem simples e acessível ao paciente e ao acompanhante o teor dos documentos;
4. Se necessário, desenhe ou apresente vídeos explicativos;
5. Colha a assinatura (ou a digital) do paciente;
6. Colha a assinatura das testemunhas (acompanhante do paciente e pessoa da sua equipe);
7. Anote no prontuário todo o procedimento realizado detalhadamente, inclusive se houve apresentação de imagens/desenhos ou vídeo explicativo
8. Se possível, armazene as mídias junto com o prontuário.
Fazendo esse procedimento, tanto o profissional como sua empresa correrão menos riscos de serem processados e de eventual condenação.
Categoria: Soluções para empresas
Publicado em: 27/10/2020